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Figura 1 - Lionfish. Fonte: NOAA (http://oceanservice.noaa.gov/education/stories/lionfish/lion04_biology.html |
O lionfish é um peixe muito comum em aquários de água
salgada. Contudo, pouco se conhecia sobre sua biologia e ecologia antes de sua
invasão e dispersão na costa leste norte-america e Caribe.
Este peixe tem vários nomes populares: lionfish, zebrafish, firefish,
turkeyfish, red lionfish, butterfly cod, ornate butterfly-cod, peacock
lionfish, red firefish, scorpion volitans, devil firefish (NOAA, 2011). Mas em português é peixe-leão mesmo.
Existem oito espécies de lionfish que pertencem ao gênero Pterois. Dentre estas, duas chamaram a
atenção, pois foram encontradas muito longe de seu local de endemia. São elas Pterois volitans e Pterois miles, endêmicas do Indo-Pacífico, estas espécies foram avistadas pela primeira
vez em 1992 na costa da Flórida e hoje se encontram dispersas até o nordeste
dos Estados Unidos e por todo mar do Caribe (Morris, 2009; Moris et al, 2009).
Entretanto, de acordo com Hamner e colaboradores (2007), P. volitans é a
espécie mais abundante.
Reprodução
O período reprodutivo das espécies encontradas na Carolina
do Norte e Bahamas pode se estender por todo ano (Morris, 2009; Moris et al, 2009). Espécies do
gênero Pterois apresentam um sutil
dimorfismo sexual apenas na fase de reprodução. Nesta fase ocorre a corte, que
inclui movimentos circulatórios, movimentos ondulatórios laterais, perseguição
e condução. Este ritual se inicia no final da tarde e segue até à noite. Após
todo este ritual, a fêmea libera duas massas de ovos flutuantes que são
fertilizados pelo macho e que ascendem até a superfície, tornando-se uma massa
de ovos pelágica, ou seja, permanece na coluna d’água (Fishelson, 1975; Whitfield
et al, 2002; Morris, 2009; Moris et
al, 2009). Os ovos e os embriões ficam agrupados por um muco adesivo que
se desintegra em poucos dias. Em seguida, os embriões/larvas se tornam planctônicas
(Fishelson, 1975; Morris, 2009), ou seja, flutuam livremente na coluna d’água.
A duração das larvas de lionfish varia entre 25-40 dias (Whitfield et al, 2002,
Hare & Whitfield, 2003). A dispersão do lionfish ocorre provavelmente
durante o período larval pelágica, quando pode atingir grandes distâncias
(Morris, 2009).
Distribuição
O lionfish é natural do Indo-Pacífico, podendo ser encontrado no Mar Vermelho, Austrália e Malásia, Polinésia Francesa e Ilhas Pitcairn do Reino Unido, sul do Japão e Korea do Sul, Ilha Lord Howe e Ilhas Kermadec da Nova Zelândia, e também Micronésia (NOAA, 2011). A figura 2 mostra a distribuição do lionfish em sua região natural.
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Figura
2 – Distribuição do lionfish (em rosa escuro) em sua região de endemia.
Fonte: NOAA (http://oceanservice.noaa.gov/education/stories/lionfish/media/supp_factc.html). |
Como
espécie invasora, agora pode ser encontrado desde o nordeste dos Estados Unidos,
toda costa leste norte-americana, Bahamas, Golfo do México e Mar do Caribe, até
o leste da Venezuela (NOAA, 2011), como pode ser observado na figura 3.
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Figura 3 – Distribuição do lionfish (pontos vermelhos).
Pode-se observar a dispersão desde o nordeste dos Estados Unidos até o leste da
Venezuela. Fonte: NOAA (http://nas.er.usgs.gov/taxgroup/fish/lionfishdistribution.aspx)
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Habitat
O Lionfish pode habitar águas quentes em mares tropicais,
recifes de coral, fundos rochosos, manguezais, pradarias e recifes artificiais.
Já foram avistados exemplares desde águas rasas até cerca de 300m de
profundidade (NOAA, 2011). Apesar de originalmente ser endêmico de águas
quentes, Kimball e colaboradores (2004) relataram que esta espécie pode
suportar águas frias, acerca de 10-12°C, com temperatura letal mínima de 10°C.
Ecologia
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Figura
4 – Grupo de lionfishes. Comportamento comum desta espécie no Atlântico. Foto: Moris et al, 2009. |
Este animal apresenta comportamento sedentário (Fishelson,
1975; Whitfield et al, 2002) e movimentos lentos (NOAA, 2011). Assim, precisam se
utilizar de sua coloração incomum e grandes nadadeiras para desencorajar
potenciais predadores. São predadores ativos e no oceano Atlântico assumiram
uma posição de topo na cadeira trófica, podendo predar cerca de 50 diferentes
espécies de peixes, incluindo algumas econômica e ecologicamente importantes
(NOAA, 2011).
Embora apresentem hábito noturno, no Atlântico são
frequentemente vistos nadando sozinhos ou em pequenos grupos (figura 4) e têm
sido encontrados com os estômagos cheios durante o dia. Costumam caçar suas
presas perseguindo-as lentamente e encurralando-as com a abertura de suas grandes
nadadeiras peitorais (NOAA, 2011).
Precauções
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Figura 5 - Espinhos com glândulas de veneno do lionfish. Foto: NOAA, 2011. |
Lionfish é venenoso e não deve ser tocado! Seus espinhos (Figura 5) contêm glândulas de veneno, que é liberado quando pressionados. O veneno pode
afetar a transmissão neuromuscular, podendo causar reações desde inchaço até
dor extrema. Em alguns casos pode causar paralisia das extremidades inferiores
e superiores em humanos. A ação do veneno vai depender de onde a vítima é
atingida, de seu sistema imunológico e da quantidade de veneno liberada
(Morris, 2009; Moris et al, 2009).
Referências Bibliográficas
Fishelson, L. 1975. Ethology and reproduction
of pteroid fishes found in the Gulf of Aqaba (Red Sea), especially Dendrochirus
brachypterus (Cuvier), (Pteroidae, Teleostei).
Pubblicazioni della Stazione Zoologica di Napoli 39:635-656.
Hamner, R.M., D.W. Freshwater, and P.E. Whitfield.
2007. Mitochondrial cytochrome b analysis reveals two invasive lionfish species
with strong founder effects in the western Atlantic. Journal of Fish Biology
71:214-222.
Hare, J.A. and P.E. Whitfield. 2003. An
integrated assessment of the introduction of lionfish (Pterois volitans/miles complex) to
the Western Atlantic Ocean. NOAA Technical Memorandum NOS NCCOS 2 p 21.
Kimball, M.E., J.M. Miller, P.E. Whitfield, and
J.A. Hare. 2004. Thermal tolerance and potential
distribution of invasive lionfish (Pterois volitans/miles complex) on the east
coast of the United States. Marine Ecology Progress Series 283:269–278.
Morris, J. A. Jr. 2009. The Biology and Ecology
of the Invasive Indo-Pacific Lionfish. A dissertation submitted to the Graduate
Faculty of North Carolina State University. Doctor of Philosophy. Zoology.
Raleigh, North Carolina.
Morris, J. A.
Jr., J.L. Akins, A. Barse, D. Cerino, D.W. Freshwater, S.J. Green, R.C. Muñoz,
C. Paris, and P.E. Whitfield. (2009). Biology and ecology of the invasive lionfishes,
Pterois miles and Pterois volitans. Proceedings of the Gulf and Caribbean
Fisheries Institute 29: ___-___.
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Whitfield, P. E.; Gardner, T.; Vives, S. P.; Gilligan,
M. R.; Courtenay Jr.,W. R.; Ray, G. C.; Hare, J. A. 2002. Biological invasion
of the Indo-Pacific lionfish Pterois
volitans along the Atlantic coast of North America. Mar Ecol Prog Ser Vol.
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