quinta-feira, 30 de agosto de 2012

Equipamentos de mergulho: Máscaras


Marcos Pelaes & Daniele Serra

Esta série tratará de assuntos relacionados às funções de cada equipamento de mergulho, como escolher e a melhor maneira de conservar seu equipamento para que ele dure por muito tempo. Este primeiro artigo trata das máscaras, que é o primeiro item do equipamento básico de mergulho (máscara, snorkel e nadadeiras) e obviamente é um equipamento essencial para pratica da atividade com conforto e segurança.

1. Como funciona

Todo mundo já deve ter experimentado a água em contato direto com os olhos e deve ter percebido que nesta situação a visão torna-se comprometida, embaçada, não se consegue definir claramente o que está sendo observado. Isso ocorre porque os olhos humanos não são capazes de captar a luz refletida dentro d’água (conseqüentemente a imagem) do que está submerso. Além disso, no ambiente aquático a luz se encontra sob influência dos fenômenos de refração e difusão, que é a maior responsável pela falta de nitidez debaixo d’água.

Fique sabendo!
Refração: mudança de direção dos raios luminosos quando passa de um meio mais denso para um meio menos denso (e vice-versa), que ocorre devido à diminuição da velocidade de propagação da luz (ou aumento, quando a luz se propaga de um meio mais denso para um menos denso).


Difusão: dispersão dos raios luminosos, devido à reflexão da luz ao colidir com as moléculas de água e partículas em suspensão na água.







Por isso, quando se mergulha é necessário usar máscara para enxergar. Isso ocorre porque a máscara mantém um volume de ar dentro dela e quando a luz difusa na água penetra na máscara e entra em contato com o ar, deixa de ser difusa. Desta maneira, os olhos humanos captam a luz mais uniformemente e então se enxerga com nitidez. Durante a refração da luz da água para o meio aéreo da máscara, a luz sofre um pequeno desvio no seu curso que causa ilusão de ótica. Assim, ao mergulhar de máscara têm-se a impressão de que o que se está enxergando é maior e está mais próximo.

2. Tipos de máscaras

Existem muitos tipos de máscara: (1) máscaras com um ou dois vidros; (2) com visão panorâmica; com (3) válvulas de escoamento de água; (4) máscaras com computador acoplado, existem ainda as (5) fullface e as mais recentes (6) frameless.

Máscaras com um vidro (1) e com dois vidros (2).
2.1. As máscaras com um (1) ou dois vidros (2) são as mais comuns e possuem cores e modelos diversos, em geral variam em volume interno de ar e inclinação e tamanho do(s) vidro(s).

Máscara com visão panorâmica

 2.2. As máscaras com visão panorâmica têm vidros laterais que promovem visão panorâmica, geralmente apresentam maior volume interno.






Máscaras com válvula.

 2.3. As máscaras com válvula de escoamento, permitem que a água no interior da máscara seja expulsada sem que se faça a manobra normal de retirada da água da máscara.

Máscara com computador acoplado.
2.4.Máscaras com computador de mergulho acoplado facilitam o acesso a esse equipamento, então se consegue monitorar os dados do mergulho com maior facilidade.
 
Fullface
 2.5. As fullface são máscaras que recobrem todo o rosto e permitem a instalação de equipamento de som para comunicação. Nessas máscaras o segundo estágio é interligado à máscara e pode estar configurado de duas formas: para que se respire direto nele (respiração pela boca) ou que se respire livremente dentro da máscara (respiração pela boca ou nariz).

Frameless
2.6. E as frameless, que são máscaras sem moldura, ou seja, o vidro é inserido diretamente no silicone. Isso diminui o peso, o volume da máscara e ainda permite ampliação da visão, já que os olhos ficam mais próximos ao vidro. Existe também a desvantagem em danificar o vidro com maior facilidade se a máscara cair.


 
3. Considerações para a escolha da máscara.

Para escolher uma máscara é necessário prestar atenção em alguns requisitos básicos: (1) vidro; (2) material maleável e (3) ângulo de visão.

3.1. Vidro: as máscaras com vidro temperado são mais seguras. Em caso de choque esse tipo de vidro se estilhaça sem pontas.

3.2. material maleável da máscara: é melhor que seja de silicone antialérgico (transparente ou preto) composto por ventosa. Esta ventosa deve aderir ao rosto de forma que fique ajustada, sem ficar pequena ou grande, pois de ambas as formas poderá haver entrada de água. A máscara deve ficar confortável, aderida naturalmente e nunca causando desconforto ou pressão em qualquer região do rosto. A tira deve ser maleável e ser ajustada confortavelmente. O mesmo deve acontecer para a região do nariz, para que a equalização não seja comprometida/atrapalhada.

3.3. Ângulo de visão: Uma boa máscara para o mergulho autônomo fornece ao mergulhador um bom ângulo de visão sem grande movimentação. Isso facilita a verificação e monitoramento de todo o equipamento no próprio corpo e no corpo da dupla.

4. Cuidados

Ao adquirir uma máscara de mergulho, deve-se lavar o(s) vidro(s) com creme dental sem abrasivos. Essa lavagem remove a película (uma cera) que protege os vidros das máscaras novas. Esse procedimento evita que a máscara embace demasiadamente durante o mergulho.

Para conservar a máscara de mergulho é necessário lavá-la com água doce e limpa. Durante esse processo todo o resíduo de sal, areia, ou qualquer outro tipo de material deve ser removido do equipamento. Algumas vezes o processo exige certa paciência e algum tempo de imersão. Após a lavagem a máscara deve ser colocada pra secar à sombra. A exposição ao sol torna o silicone ressecado e deformado, causando desconforto e comprometendo a eficiência do objeto. Além disso, quem faz uso do strap de neoprene (peça acoplada à tira da máscara, que minimiza o emaranhado dos fios de cabelo na tira de silicone da máscara) deve retirá-lo antes de guardar a máscara, já que o neoprene reage com o silicone, fragilizando a peça, além disso, deixa o silicone transparente amarelado.


Embora as informações ajudem a escolher a melhor máscara (ou o melhor custo benefício no momento), é sempre bom conversar com alguém com maior experiência. Procure um profissional especializado para orientá-lo, além de ajudar a escolher um bom equipamento, eles também ensinam como conservá-los. Mais informações ou dúvidas, entre em contato.

Links: 
Máscara com um ou dois vidros: - http://www.mares.com/?region=eu
Máscara Panorâmica: http://www.seasub.com.br/
Máscara com Válvula: - http://www.leomar.com.br/leomar/
Máscara com computador: http://www.oceanicworldwide.com/us/
Fullface: http://www.poseidon.com/
Frameless: http://www.cressi.it/Catalogue/Details.asp?id=860&CatMacroID=5&FilterByMacroCat=100 

terça-feira, 21 de agosto de 2012

Checkout Advanced Open Water Diver em Ilha Grande


E mais uma vez estivemos em Ilha Grande, no litoral sul do Estado do Rio de Janeiro, para realizarmos o checkout de mais um animado grupo de amigos de mergulho. Neste final de semana (18-19/08/2012) realizamos o checkout do nível Básico (Open Water Diver), com o Instrutor Akira, e do nível Avançado (Advanced Open Water Diver), com este que escreve este post.

Como de costume, nos encontramos na Aqualander Mergulho na sexta-feira a noite e por volta das 21:30h partimos rumo ao nosso destino. Após boa viagem, chegamos ao pier de Angra dos Reis (RJ) e para nossa surpresa, fomos presenteados com um forte vento soprando de NE, que agitava um pouco o mar e gelava as orelhas de nossos amigos. Mas, apesar do vento contra de bombordo, atravessamos a Baía de Ilha Grande relativamente rápido, com cerca de 50 minutos de navegação.

Chegando à pousada, seguimos nosso procedimento padrão: distribuímos todos em seus quartos para que pudessem descansar um pouco mais antes que partíssemos para os mergulhos.

O dia amanheceu com céu azul, sem nuvens, porém o vento ainda soprava forte e inquietava nossas mentes que especulavam sobre como iríamos realizar os mergulhos, como estaria a água e para quais pontos partiríamos.

Após um farto café da manhã, seguimos para o barco e depois de uma conversa com o mestre de nossa embarcação, decidimos que nosso primeiro mergulho do dia seria um mergulho profundo no canal de llha Grande, para aproveitar o estofo da maré baixa.



Apesar do vento que agitava um pouco a superfície, não tinha corrente no local, aumentando a segurança do mergulho e nos proporcionando outra surpresa agradável. Geralmente, neste mergulho não temos boa visibilidade devido à suspensão do sedimento do fundo do canal quando a maré está correndo. Nossa surpresa foi quando chegamos aos 25 metros aproximadamente e nos deparamos com uma visibilidade muito boa para este ponto, o que nos permitiu realizar os exercícios com tranquilidade. 


Findados os exercícios, iniciamos nossa subida lentamente e realizamos uma parada de segurança, como manda a regra.

Com todos a bordo, seguimos rumo ao nosso segundo ponto para darmos continuidade ao checkout. Mas, como o vento ainda continuava soprando forte, voltamos a especular qual seria o melhor local, pois uma escolha errada nos sujeitaria a uma péssima visibilidade. Levantamos três alternativas e fomos conferir. Chegando a primeira, já havia um barco ancorado no local com mergulhadores e, assim, descartamos este ponto e seguimos para nossa segunda alternativa. Partimos para Lagoa Verde para o mergulho de Navegação submarina e o primeiro check do pessoal do Básico.

A visibilidade da água neste ponto estava excelente. Podíamos ver a areia e as rochas no fundo apenas olhando do barco. Mas, para aferir a visibilidade com maior precisão, enquanto os alunos faziam o exercício de estimativa de distancia com ciclos de pernadas, posicionei-me de forma que pudesse visualizar os alunos que estavam um em cada ponta do cabo da carretilha e assim pude estimar a visibilidade em cerca de 20 metros, o que para esta época do ano é algo muito raro. E já que o vento estava limitando nossas opções, decidimos continuar neste ponto para o segundo mergulho do básico. Encerramos os exercícios e partimos de volta à pousada para almoçar e nos preparar para o mergulho noturno.

Chegando ao pier da pousada, aproveitamos a luz do dia e deixamos nossos equipamentos separados e prontos para o noturno, que seria realizado ali mesmo, na praia do Matariz, que fica em frente à pousada.

Depois do almoço e um bom descanso, seguimos para praia bem no início da noite. Entramos na água a partir da praia e fomos nadando pela superfície até próximo do costão no canto direito da praia. A partir deste ponto, submergimos e seguimos no sentido do costão observando o fundo de areia, onde frequentemente podemos encontrar arraias e pequenos cações-viola. Desta vez, nada de interessante.
Ao atingirmos o costão, seguimos por ele a procura de polvos e lagostas, que são frequentemente observados no local, mas que desta vez não apareceram. Por outro lado, logo no início nos deparamos com uma grande tartaruga que dormia embaixo de uma rocha e tampouco se incomodou com a nossa presença e as luzes de nossas lanternas. Continuamos e logo encontramos outra tartaruga, um pouco menor, descansando sobre uma rocha. Podemos observar também alguns cações-viola na transição rocha/areia e muitos caranguejos se alimentando.

Iniciamos o retorno e encontramos as tartarugas que estavam dormindo, agora acordadas, mas ainda sonolentas, que não se importaram com nossa passagem. Observamos também um pequeno Ofiúro (saiba o que é isso em Conhecendo os Equinodermos) que tentava se esconder sob as algas. Ao partirmos para a areia, encontramos outra tartaruga que dormia despreocupada sobre o fundo. Encerramos o mergulho e voltamos para pousada para jantar e descansar, já que ainda tinha mais um dia de atividades.

No domingo, o dia amanheceu novamente sem nuvens e com o vento que soprava constante, porém com menos força. Como combinado na noite anterior, acordamos mais cedo para adiantar nossa volta para casa após os mergulhos. Tomamos o café da manhã e sem demora partimos para o mar.

Nosso objetivo inicial era realizar um mergulho no Naufrágio Pingüino. Mas, ao chegarmos próximo do local avistamos uma embarcação ancorada sobre ele e fomos informados por nosso mestre de embarcação que outro barco já havia estado ali mais cedo. Com isso, abortamos este mergulho, pois tínhamos certeza que a visibilidade da água no local já estava comprometida. Assim, rumamos para Ponta da Praia Longa, um local abrigado e com profundidades que variavam desde os 3 metros até os 16 metros.

Nesse ponto, a visibilidade estava excelente e o local proporcionava o ambiente perfeito para nossas atividades, o mergulho de Busca e Recuperação e o Mergulho em Multinível.

Com o barco ancorado, sem demora iniciamos nossos mergulhos fazendo a busca e recuperação do cinto de lastro, que podia ser facilmente visto da superfície, facilitando a execução da técnica pelos alunos. Utilizando carretilhas e lift bags eles puderam subir com o cinto de lastro em segurança. Descemos novamente para que eles pudessem demonstrar como fazer alguns nós embaixo d’água. No início foi muito engraçado e tive a sensação que eles iam se amarrar todos e não conseguiriam, mas no final conseguiram demonstrar os nós e deu tudo certo.

Após intervalo de superfície, caímos na água para fazer nossa última atividade do dia, o mergulho em Multinível. Como o planejado, descemos até os 15m e permanecemos por uns cinco minutos e encontramos com uma arraia-prego pequena, depois mudamos para 10m, onde ficamos por cerca de 10 minutos e finalizamos aos cinco metros onde permanecemos por mais aproximadamente 15m, sempre respeitando os limites de tempo indicados pelo computador em cada profundidade.

E assim encerramos nosso checkout em Ilha Grande, com a presença de pessoas muito divertidas, onde pudemos desfrutar de um final de semana de sol, águas claras e muitas risadas.


Dados técnicos

Staff Aqualander
- Akira -> Instrutor
- Marcos Pelaes -> Instrutor
- Marco Dias -> Divemaster em treinamento

Créditos
Jan Wojcicki -> todas as fotos

Agradecimentos
Obrigado Dias, pelo apoio e bom trabalho executado em toda operação.
À todos que estiveram presentes nesta viagem.


quarta-feira, 13 de junho de 2012

Shark Petition



Todos os anos, milhares de tubarões são mortos pela atividade pesqueira. Muitas vezes eles são o alvo da pesca, outras vezes são capturados como pesca acompanhante (Bycatch), mas a forma mais cruel é o finning.


O finning consiste na captura do tubarão para retirada de suas barbatanas e todo o animal é devolvido ao mar, muitas vezes vivo. O problema é que o tubarão precisa estar constantemente em movimento para poder respirar. Devolvê-lo ao mar sem suas barbatanas é como se fechassem a torneira do nosso cilindro debaixo d’água: não podemos respirar. E se não respiramos, morremos!

De acordo com International Union for Conservation of Nature (IUCN), uma de cada cinco espécies de tubarão está ameaçada de extinção. Mas esta proporção pode ser maior, pois ainda falta muita informação sobre grande parte das espécies. Cientistas estimam que um terço das espécies de tubarão podem estar ameaçadas.

Em vista disto, o Project AWARE vem promovendo ações que visam informar a população e atuar na esfera política em defesa dos tubarões.

Assine a petição ao lado e ajude o Project AWARE na defesa dos tubarões! Convide seus amigos a fazerem o mesmo!

Para saber mais, acesse o site http://www.projectaware.org/.

Conheça outros projetos, como Save Our Seas Foundation (http://saveourseas.com/), Sea Shepherd Conservation Society (http://www.seashepherd.org/) e ajude a proteger nosso Oceano.

quarta-feira, 6 de junho de 2012

Project AWARE


Você conhece o Project AWARE? 


O Project AWARE é um programa mantido por mergulhadores em parceria com a PADI (Professional Association of Diving Instructors) que tem como objetivo a proteção dos oceanos.

A Fundação Project AWARE acredita que nós mergulhadores somos verdadeiros líderes na proteção dos oceanos e que nossas ações podem causar um grande impacto e ajudar na recuperação dos oceanos.

Com novos programas e mais recursos online, o Project AWARE suporta um movimento global de mergulhadores agindo em suas comunidades em favor dos oceanos e implementando mudanças.

O projeto hoje foca em dois grandes problemas que atingem os oceanos – Ameaça aos Tubarões e Lixo no Mar. Apesar de existirem outros problemas, são nesses dois que nós mergulhadores podemos agir e implementar mudanças a longo prazo.

Para saber mais sobre o projeto e como você pode ajudar, acesse o site: http://www.projectaware.org/

É hora de transformar IDÉIAS em AÇÕES!


terça-feira, 5 de junho de 2012

Poluição por Plásticos


Para celebrar o Dia Mundial dos Oceanos, o Blog Hidrofilia inicia uma pequena série de artigos que trazem algumas informações e dicas para que o leitor possa discutir, compartilhar e colocar em prática a favor dos oceanos.

Este primeiro artigo trata da poluição causada por plásticos e dá algumas dicas do que você pode fazer para reduzir o consumo e o despejo deste material no ambiente. Se preferir, você pode acessar a página http://worldoceansday.org/?page_id=2409 para ler o artigo original.


O plástico é uma das maiores ameaças e também uma das mais traiçoeiras, justamente por ser tão comum que você nem o nota. Olhe ao seu redor e veja quanto plástico o cerca. Não importa onde você viva, os oceanos são os elos de ligação de todo o mundo e por isso podemos ajudar a resolver o problema de poluição por plástico nos oceanos.

Todo ano uma grande quantidade de plástico é despejada nos oceanos e causa danos a vida marinha. Muitos animais como aves marinhas, tartarugas, baleias, golfinhos, entre outros, morrem estrangulados por plástico ou por se alimentarem de plástico. Junte-se ao World Oceans Day e ajude a prevenir a vida marinha dos danos causados pelo plástico.

Reduza o uso de plástico! Ajude a parar a poluição na fonte. Como consumidores, nós temos o poder de reduzir a demanda deste produto. E se cada um de nós encorajarmos nossos familiares e amigos a fazer o mesmo, mais e mais pessoas se juntarão para ajudar a manter os oceanos limpos e seguros.



Aqui está uma pequena lista do que cada um de nós pode fazer para reduzir o consumo de produtos plásticos no dia-a-dia.


Garrafa plástica de água – dê preferência por garrafas reutilizáveis e por água filtrada. Assim, você ajuda a manter os oceanos limpos e poupa seu dinheiro.

Nota: um americano consome, em média, 4 garrafas de água por dia! Vamos virar a maré contra o consumo exagerado de plástico!

Sacolas plásticas – as pessoas usam aproximadamente um trilhão de sacolas plásticas por ano! Infelizmente, muitas destas sacolas chegam aos oceanos e são ingeridas por tartarugas que as confundem com águas-vivas, um de seus principais alimentos. Lembre-se de levar sacolas reutilizáveis quando for ao mercado. Assim você pode salvar uma vida!

Canudos, copos para viagem, recipiente para alimentos e utensílios – Lembre-se de levar sua caneca quando for tomar café e separe os utensílios plásticos quando for jogar fora os restos de comida. E se você precisar de um canudo, exitem várias opções bem acessíveis...

Cuidados com as embalagens – Preste atenção em quanto plástico vem junto com o que você compra. Quase todas vêm com embalagens plásticas. Esforce-se para reduzir o consumo de plástico no seu dia-a-dia e de preferência às empresas que se preocupam em oferecer outras formas de embalagens ou que utilizam menos plástico.

Junte-se ao World Oceans Day!

Você pode criar eventos, brincadeiras, campanhas que promovam mudanças de comportamento em favor dos oceanos.
Convide um amigo ou familiar a mudar seus hábitos de utilizar plásticos descartáveis por outros mais sustentáveis. Organize eventos de limpeza de qualquer corpo d’água próximo de você. Crie campanhas que estimulem a redução no consumo de plástico e incentivem a criatividade no uso de produtos descartáveis.

Existem centenas de eventos ao redor do mundo. Encontre um próximo a você e junte-se ao Dia Mundial dos Oceanos!

Confira o vídeo do projeto idealizado por um casal de brasileiros que vai rodar o mundo em um veleiro coletando lixo dos oceanos e chamar a atenção para a grandiosidade deste problema. O projeto se chama Expdição 4 Ventos (http://expedicao4ventos.virgula.uol.com.br/) e tem parceria com o Instituto Oceanográfico da USP.


Dia Mundial dos Oceanos



No próximo dia 8 de junho será celebrado o Dia Mundial dos Oceanos. Este dia foi escolhido pela organização das Nações Unidas para que a comunidade global possa celebrar, discutir, compartilhar idéias e agir a favor dos Oceanos. 

Assim, vamos compartilhar aqui alguns artigos da organização World Oceans Day (http://WorldOceansDay.org) para ajudar a divulgar este dia tão importante, sobretudo para nós mergulhadores.

Compartilhe suas idéias, discuta-as com amigos, organize eventos, AJA!

É hora de transformar IDÉIAS em AÇÕES!




terça-feira, 29 de maio de 2012

Viagem de Mergulho para Ilha Grande

Neste final de semana (25-27/05/2012) estivemos em Ilha Grande, no litoral sul do Estado do Rio de Janeiro, para realizarmos o checkout dos novos amigos de mergulho. Tivemos também a presença de alguns acompanhantes e de mergulhadores já certificados que foram para curtir este lugar de belas paisagens.

Sexta-feira

Saímos de São Paulo por volta das 21:30h e após uma boa viagem, em um ônibus muito confortável, chegamos no pier de Angra dos Reis (RJ) para então embarcarmos para Ilha Grande. Com mar calmo, levamos aproximadamente uma hora para chegar à Pousada. Distribuímos todos em seus quartos para que pudessem descansar um pouco mais, antes que partíssemos para o mar.

O dia amanheceu com céu azul, sem nuvens, espetacular! Uma bela surpresa, já que a previsão era de chuva...

Como de costume, o café da manhã fora servido as 8:00h para que todos tivessem tempo de comer tranquilamente, pois a saída estava marcada para as 9:00h.


O mergulhos do sábado

Tartaruga marinha posando para foto
Nosso primeiro mergulho foi em um ponto muito tranquilo chamado Ponta Grossa, abrigado de ondas e correntes e com uma profundidade adequada para quem está fazendo o primeiro mergulho. Neste ponto há grande diversidade e costumeiramente é frequentado por tartarugas marinhas, que são sempre uma grande atração para nós mergulhadores. E dessa vez fomos presenteados com a presença de uma bela tartaruga que até posou para fotos.



Sorte de princiante: aluna com tartaruga posando para foto
O mergulho durou aproximadamente 30 minutos, com visibilidade de 10m e profundidade máxima de 8m. A temperatura da água estava agradável, em torno de 23°C.









Aluna se preparando para exercício de compartilhamento de ar
O segundo mergulho foi feito em outro ponto, a Ponta do Bananal, também abrigado de ondas, mas que tinha uma leve correnteza. Um local muito bom para checkout, pois apresenta profundidade moderada. Neste mergulho atingimos profundidade de 10m, com visibilidade de aproximadamente 12m e temperatura da água em torno de 22°C; o mergulho durou cerca de 35 minutos.

Terminados os mergulhos, retornamos à pousada por volta das 16:00h para almoçar, tomar banho e bater papo. Como sempre nestas viagens, algumas pessoas se destacam por sua irreverência e capacidade de fazer todos cair na gargalhada. Jantamos e continuamos conversando e rindo muito até sermos vencidos pelo sono. Então, fomos todos descansar. Afinal, o domingo ainda reservava mais dois mergulhos.

Os mergulhos do domingo


O dia amanheceu e o primeiro a acordar foi o Mauro. E a primeira frase que escuto dele foi: "O dia está azul!". Maravilha! Então fomos tomar nosso café da manhã e nos prepararmos para mais um dia de mergulho.
"Sargentinhos" próximo ao flutuante
Após o café, partimos para nosso ponto de mergulho, a Lagoa Verde. Um belo local, com muita diversidade marinha e um atrativo diferente: um restaurante flutuante. Proximo deste flutuante se reunem muitos peixes "sargentinhos", garantindo belas imagens. Fizemos nossos dois mergulhos neste local, com profundidade máxima de 12m, temperatura da água em torno de 22°C, visibilidade de aproximadamente 12m e tempos de mergulho de 25 minutos e 35 minutos cada.

"Falso voador" ou "Coió"
Depois de dois bons mergulhos, voltamos para pousada para almoçar e nos preparar para ir embora.

Foi um grande final de semana, com muita diversão, pessoas animadas, hitórias divertidas e novos amigos, onde podemos compartilhar de algo muito bom: o mergulho! Espero encontrá-los em outros mergulhos, com novas histórias...




Da esquerda para direita: Associação de Gorgônia e esponja, com corais-sol incrustados na rocha; "Peixe-morcego"; "Moréia-pintada".

Dados técnicos


Staff Aqualander

- Theo Costa -> Instrutor
- Marcos Pelaes -> Instrutor
- Mauro Jucá -> Divemaster
- Rodrigo Parra -> Divemaster em treinamento

Créditos


Theo Costa -> todas as fotos

Agradecimentos


Obrigado Mauro e Rodrigo, pelo apoio e bom trabalho executado em toda operação.
A todos que estavam presentes nesta viagem.

Logbook


Os dados se encontram na guia Logbook.

  • Logbook Checkout Ilha Grande - RJ - 26-27/05/2012

sexta-feira, 27 de abril de 2012

Conhecendo os Equinodermos

(Por Marcos Pelaes)

"... a descoberta de uma estrela-do-mar ou ouriço-do-mar encalhados, dois símbolos do mar, coloca a mente no limiar do maravilhoso. Equinodermos poderiam ser variações de corpos celestes que caíram do céu como extraterrestres, tão extraordinárias são sua forma e função." Trecho retirado do livro Zoologia dos Invertebrados, Sétima Edição. Foto: Echinaster brasiliensis (imagem de Theo Costa)

Não, equinodermos não são cavalos marinhos como me perguntaram um dia...

Foto: Oreaster reticulatus (imagem de Theo Costa)
Equinodermos são organismos predominantemente marinhos (já foram descritas cerca de 7.000 espécies) e são representados pelas classes Crinoidea (Penas do mar), Asteroidea (Estrelas do mar), Ophiuroidea (Serpentes do mar), Echinoidea (Ouriços do mar e Bolachas do mar) e Holothuroidea (Pepinos do mar).

Distribuição

Habitam todas as latitudes, desde a zona de entre-marés (zona sob influência do regime de marés) até fundos abissais (as regiões mais profundas dos oceanos). Entretanto, são mais abundantes nas regiões tropicais e menos nas zonas polares, apresentam locomoção limitada e são comumente encontrados agregados em alta densidade.  (HENDLER et al, 1995; RUPPERT et al, 2005). Alguns deles possuem adaptações para se fixar em substratos consolidados, como rochas e recifes de coral, outros vivem em meio a fundos lodosos, fundos arenosos e outros exibem ainda hábito epibionte (vivem sobre animais ou plantas). 


Alimentação

Possuem representantes em vários níveis da cadeia alimentar, incluindo detritívoros (que se alimentam de detritos despositados no substrato), filtradores (material em suspensão na água), raspadores (que se alimentam de micro-organismos aderidos ao substrato), necrófagos (animais mortos) e predadores ativos (HENDLER et al., 1995; RUPPERT et al, 2005).


Características gerais

Uma característica de todos equinodermos é a presença de pés ambulacrais, que são superfícies branquiais responsáveis pela troca gasosa (respiração) através do corpo do animal, mas que podem ser utilizados para locomoção, fixação ao substrato e alimentação. (RUPPERT et al, 2005). Outra característica marcante é a grande capacidade de regeneração dos equinodermos, que com o tempo recompõem partes do corpo que foram perdidas; além disso desprendem parte do corpo ou expelem órgãos internos em resposta ao estresse, principalmente causado por predadores.

Caracteres sexuais

A maioria dos organismos do grupo Equinodermata apresenta dimorfismo sexual (único sexo por indivíduo) mas não é possível reconhecer machos e fêmeas visualmente através de caracteres físicos externos. 

Caracterização geral das Classes de Equinodermos


Fotos: Oreaster reticulatus e Echinaster brasiliensis (imagens de Theo Costa)

Asteroidea

As Estrelas do mar, representantes mais famosos do grupo Equinodermata, são os animais que apresentam maior variedade de formas. Essa diversidade depende do comprimento e largura dos braços, que podem ser estreitos, largos ou ainda inexistirem. Além dos braços, o corpo desses animais pode ser achatado, almofadado, elevado ou esférico. Sua locomoção é feita através dos pés ambulacrais situados na região ventral do animal, onde está situada sua boca, que fica voltada para o substrato. Os pés ambulacrais ainda podem ser utilizados para levar o alimento até a boca (LAWRENCE, 1987; RUPPERT et al, 2005). Ocorrem em quase todas as latitudes e profundidades e ocupam uma grande variedade de substratos (HADEL et al. 1999). A maioria das estrelas do mar alimenta-se de animais vivos, especialmente pequenos moluscos, crustáceos, poliquetas, outros equinodermos e pequenos peixes. Sua reprodução pode se dar através de regeneração, reprodução clonal ou reprodução sexuada. A reprodução por regeneração é quando um novo organismo é gerado a partir de uma parte do animal que tenha se partido (um braço, por exemplo), geralmente de forma involuntária. A reprodução clonal ocorre quando um novo organismo é gerado a partir da divisão do disco (parte central do animal), ou seja, há divisão de um único indivíduo em duas partes e no final têm-se dois novos indivíduos e, geralmente, se dá de forma voluntária. A reprodução sexuada acontece quando gametas masculinos e femininos são liberados na água, onde ocorre a fertilização (RUPPERT et al, 2005).

Foto: Echinometra lucunter (imgem de Theo Costa)

Echinoidea

Os ouriços e bolachas do mar apresentam pouca diversidade quanto à forma.  São caracterizados por terem a parede do corpo composta por placas com espinhos móveis e não possuírem braços. São tradicionalmente divididos em dois grupos: regulares e irregulares. Os equinóides regulares (ouriços do mar) têm forma globosa, geralmente circular, mas podem ser ocasionalmente ovais e, algumas vezes, ligeiramente pentagonais. Os espinhos, sua principal característica, podem variar em número, tamanho, forma e estrutura (LAWRENCE, 1987); geralmente são encontrados em substratos consolidados, como rochas e recifes de coral. Nos ouriços do mar, os pés ambulacrais são distribuídos em faixas longitudinais alternadas pelo corpo. Sua locomoção é realizada através dos movimentos dos espinhos e dos pés ambulacrais e sua alimentação é constituída basicamente de algas, mas a maioria das espécies é generalista, com sua dieta constituída de vegetais e animais.

Os equinóides irregulares (bolachas do mar) são caracterizados por sua forma achatada e apresentarem pés ambulacrais distribuídos por todo corpo. Em contraste com os ouriços do mar, possuem espinhos curtos que são utilizados para locomoção em fundos de areia ou lama, onde são comumente encontrados. Alimentam-se principalmente de partículas depositadas no substrato (material orgânico) conforme cavam o sedimento. Todos os equinóides apresentam dimorfismo sexual e sua reprodução ocorre através da liberação dos gametas na água, onde ocorre a fertilização (HENDLER et al., 1995; RUPPERT et al, 2005).
Imagem bolacha do mar (Clypeaster subdepressus): Alvaro E. Migotto. Bolacha-do-mar. Banco de imagens Cifonauta. Disponível em: http://cifonauta.cebimar.usp.br/photo/4764/ Acesso em: 2012-04-24.

Holothuroidea

Os pepinos do mar  possuem características peculiares que os distinguem facilmente dos outros equinodermos, tendo sido em determinado momento classificados como vermes. Os pepinos do mar em geral têm corpo cilíndrico. Alguns podem apresentar as extremidades do corpo levemente elevadas (como U). Seus pés ambulacrais distribuem-se ao longo de todo o corpo, sendo o lado que se apóia no substrato chamado de superfície ventral, apresentando pés ambulacrais funcionais, e seu lado oposto de superfície dorsal, com pés ambulacrais reduzidos. A maioria das espécies de pepinos do mar apresenta hábito bentônico, mas podem ser encontradas espécies com hábito epibionte e pelágico. Em geral, pepinos do mar se alimentam de material em suspensão ou depositado sobre o fundo marinho. A maior parte de suas espécies apresenta dimorfismo sexual e sua reprodução se dá através da liberação de gametas na água, onde ocorre a fertilização  (RUPPERT et al, 2005). Imagem pepino do mar (Holothuria grisea): Alvaro E. Migotto. Pepino-do-mar. Banco de imagens Cifonauta. Disponível em: http://cifonauta.cebimar.usp.br/photo/8072/ Acesso em: 2012-04-24.

Ophiuroidea 

As serpentes do mar são os mais rápidos dentre os equinodermos, uma de suas principais características. São organismos principalmente crípticos, ou seja, podem ser encontrados escondidos sob, sobre ou entre pedras, conchas, organismos vivos e sedimentos. Estão adaptados a uma grande variedade de modos de vida, e por isso quase nunca são vistos. Esses organismos podem ainda viver em simbiose com esponjas, corais, crinóides e bolachas da praia. Apesar de apresentarem pés ambulacrais, estes não possuem ventosas e raramente são usados para locomoção, sendo esta executada através dos movimentos dos braços. Os ofiuróides podem se alimentar de animais vivos ou mortos, de depósitos no substrato ou ainda de material em suspensão. A reprodução das serpentes do mar, assim como nas estrelas do mar, pode se dar através de regeneração e reprodução sexuada, embora algumas espécies possam ser hermafroditas (apresentam gônadas masculinas e femininas) e outras vivíparas (quando os ovos são incubados e o desenvolvimento  se dá dentro da mãe até que seja atingido o estágio jovem) (RUPPERT et al, 2005). Imagem Ofiuróide (Amphipholis squamata): Alvaro E. Migotto. Ofiuróide. Banco de imagens Cifonauta. Disponível em: http://cifonauta.cebimar.usp.br/photo/4252/ Acesso em: 2012-04-24.


Chrinoidea 

As penas do mar possuem hábitos sedentários ou movimentos vagarosos e são caracterizados por apresentarem longos braços em forma de penas. Fixam-se ao substrato através de um pedúnculo e se alimentam filtrando a água com seus pés ambulacrais localizados em seus braços. Diferentemente dos demais equinodermos, vivem com a boca voltada para cima, facilitando sua alimentação, uma vez que se alimentam principalmente de partículas em suspensão. Vivem geralmente em águas rasas e são comumente encontrados em comunidades de recifes de coral. Apresentam grande capacidade de regeneração e esta é uma de suas formas de reprodução, sendo a principal delas a reprodução sexuada. Em crinóides não há reprodução clonal, como nas estrelas do mar e ofiúros (RUPPERT et al, 2005).
Fotos: Tropiometra carinata (imagens de Theo Costa)


Referências Bibliográficas



HADEL, V.F.; MONTEIRO, A.M.G.; DITADI, A.S.F.; TIAGO, C.G.; TOMMASI, L.R. Echinodermata. In: Migotto, A. & Tiago, C.G. (eds.) Biodiversidade do Estado de São Paulo, Brasil: síntese do conhecimento ao final do século XX. Parte 3: Invertebrados marinhos, p. 261-271, 1999.


HENDLER, G., MILLER, J.E., PAWSON D.L. & Kier, P.M. 1995. Sea stars, sea urchins, and allies: echinoderms of Florida and the Caribbean. Washington: Smithsonian Institution Press. 391p.

LAWRENCE, J. M., 1987. A functional biology of echinoderms. The John Hopkins University Press, Baltimore, Maryland.

RUPPERT, E.E.; FOX, R. S.; BARNES, R.D.; 2005. Zoologia dos invertebrados – Uma abordagem funcional-evolutiva. São Paulo: Editora Roca, 7ª ed., 1145 pp.

sexta-feira, 20 de abril de 2012

Curso AVANÇADO de Mergulho


Quer expandir seus limites como mergulhador recreativo?

Isso pode ser alcançado com o Curso de Mergulho Avançado. Com a credencial de mergulhador Avançado você poderá atingir profundidades além dos 18m e adquirirá novas habilidades. Você conhecerá também alguns tipos de mergulho e será iniciado no uso de novos equipamentos para aprimoramento dos seus mergulhos.

Este post irá informar sobre O Curso de Mergulho Avançado da PADI (Professional Association of Diving Instructors), o mais procurado. Esse curso é estruturado da seguinte forma: parte teórica e parte prática, que é o Checkout (prática no mar).

Na primeira parte são faladas de cinco especialidades. Dessas, duas são obrigatórias - Mergulho Profundo e Navegação Submarina. Em seguida trata-se de outras três, que geralmente são busca e recuperação, mergulho noturno e a quinta especialidade, pode ser mergulho em multinível ou mergulho em naufrágio. Essas especialidades permitrão que você mergulhe com mais segurança na maior parte dos pontos de mergulho. Nessas especialidades serão abordados com um pouco mais de detalhe os efeitos da pressão no corpo humano e suas implicações no mergulho (Mergulho Profundo e Multi-nível), formas de orientação subaquática (Navegação submarina), procedimentos que devem ser executados em um mergulho a noite e técnicas e equipamentos utilizados ao recuperar objetos afundados.

A PADI disponibliza este curso on line, geralmente em inglês, onde você estuda toda parte teórica em casa. Nesse caso, o aluno precisa cumprir todos os requisitos do curso e imprimir um certificado que atesta o cumprimento com êxito desta etapa. Após isso, o aluno irá para parte prática no mar. Para mais detalhes sobre o curso on line, consulte um instrutor de mergulho ou uma escola de mergulho.

A segunda parte é o checkout. Geralmente é feito em um final de semana com cinco mergulhos. No primeiro dia, geralmente, é feito um mergulho profundo, um mergulho de navegação sub e um mergulho noturno. No segundo dia é feito um mergulho em multi-nível e um mergulho de busca e recuperação. Nestes mergulhos são avaliadas as habilidades do mergulhador em executar algumas tarefas exigidas em cada especialidade. Se ao invés do mergulho multinível, você optar pelo mergulho em Naufrágio, no local do checkout deve haver um naufrágio seguro para esta prática.

Ao final das duas etapas, você estará habilitado a mergulhar até 30m de profundidade e mergulhar nas modalidades apresentadas sem a supervisão de um instrutor.

Você deve estar se perguntando: "Mas e a prática em piscina?". Este curso não requer prática em piscina. O manuseio de novos equipamentos (bússola, lanterna, carretilha...) é feito fora d'água. Caso você queira praticar as habilidades na piscina, combine com seu instrutor. Isso é possível.


Mesmo que você não deseje ir mais fundo, nem executar os tipos de mergulhos citados, esse curso permite que você fique mais tranquilo para mergulhar, pois mais conhecimento promove maior segurança. É importante que fique claro que o mergulhador não será especialista nas modalidades apresentadas. Pelo sistema da PADI, os requisitos do curso Avançado são considerados mergulhos de aventura. Para se tornar um mergulhador especialista em qualquer uma das modalidades mencionadas é necessário fazer um curso de especialidade. A PADI ofecere 17 opções de especialidades. Para saber mais visite www.padi.com.

Para mais informações sobre o curso, entre em CONTATO!

Crédito das imagens: www.padi.com

quinta-feira, 19 de abril de 2012

Mergulho no Rio Tietê


(por Marcos Pelaes)

Você já se imaginou mergulhando no Rio Tietê? Pois bem, eu sempre pensei como seria mergulhar neste rio tão conhecido dos paulistanos. Mas é claro que não seria aqui em São Paulo.

O rio

O rio Tietê atravessa praticamente todo o estado de São Paulo. Sua nascente encontra-se no município de Salesópolis, aproximadamente 22km do litoral, desaguando no rio Paraná, no município de Itapura depois de percorrer cerca de 1000km. Neste ponto suas águas se tornam claras e não poluídas, com boas condições de mergulho no período de estiagem, que vai de meados de Maio a Outubro.


http://www.bibliotecavirtual.sp.gov.br/saopaulo-geografia.php

Apesar da poluição observada no trecho em que o rio passa pela Região Metropolitana de São Paulo, a partir do município de Barra Bonita suas águas apresentam menos vestígios de contaminação e a transparência começa a melhorar. Mas é em Itapura que se encontram atrativos para o mergulho.

Pontos de Mergulho e História
O primeiro ponto de mergulho, o navio a vapor militar Tamandatahy está naufragado próximo a cidade de Itapura. Um naufrágio no rio Tietê! Sensacional! O município foi uma colônia militar na época do governo Imperial, em 1858. Por se localizar em uma região estratégica, a colônia foi usada como base militar na Guerra do Paraguai. Ainda hoje pode se encontrar as ruínas de um palacete construído na mesma época. Após o fim da guerra, a colônia foi abandonada, voltando a ser habitada por volta de 1910.
Foto: Palacete de Dom Pedro em http://www.ilhasolteira.com.br/colunas/index.php?acao=verartigo&idartigo=1169548311.  

O segundo ponto é a usina submersa. Talvez essa seja a única usina hidrelétrica submersa (e acessível para mergulho) do Brasil!

Na região havia uma grande queda d'água, o Salto de Itapura, onde foi construída uma pequena usina hidrelétrica, a usina de Eloy Chaves.

Em 1960, com a contrução da Usina Hidrelétrica de Jupiá no rio Paraná, abaixo da desembocadura do rio Tietê, as águas do Tietê subiram devido a formação do lago, inundando a antiga colônia e fazendo submergir a usina Eloy Chaves. 

Outro ponto criado pela elevação das águas (o terceiro) é o Salto de Itapura (Foto: Salto de Itapura em  http://www.ilhasolteira.com.br/colunas/index.php?acao=verartigo&idartigo=1169548311), que hoje se encontra submerso e acessível para mergulho.

Mas e a colônia que foi inundada? Bom, parece que ainda é possível avistar vestígios das construções, segundo informações dos moradores.

O quarto ponto de mergulho é a ponte submersa Novo Oriente. Recentemente, foi construída no rio Tietê a usina hidrelétrica de Três Irmãos, localizada no município de Pereira Barreto, cerca de 30km de Itapura. Neste município encontrava-se uma ponte em arquitetura japonesa, que hoje se encontra submersa devido a criação do lago de Três Irmãos (Fotos: Ponte Novo Oriente sendo encoberta pela água - http://www.dee.feis.unesp.br/museu/pereira_barreto/ponte/ponte_novo_oriente.html).



O mergulho

Às vésperas do feriado da Páscoa recebi um e-mail convidando para fazer um mergulho no rio Tietê, já em Itapura. Já que eu iria para Ilha Solteira, distante 35km de Itapura, para passar o feriado, prontamente respondi o e-mail para saber dos detalhes da saída e reservar minha vaga. Conhecendo as condições da água da região para a época, perguntei como estava a visibilidade para saber se valeria a pena ou não. Recebi a resposta: "... temos boas condições...". Foi o suficiente para garantir meu lugar!

A ansiedade para fazer este mergulho era grande, já que há muito tempo queria fazer um mergulho SCUBA na região. Seria apenas um mergulho desta vez, na usina submersa, mas já era o suficiente para saciar a vontade.

Com tudo pronto para partir, rumamos sentido interior. Chegamos em Ilha Solteira na quinta-feira (05/04/2012) a noite. O mergulho seria no sábado, então aproveitei a sexta-feira para revisar algumas coisas e curtir a família.

No sábado de manhã parti para Itapura. A hora marcada para nos encontrarmos era 10:30h. A pontualidade do Paulo, o instrutor que levaria para o mergulho, foi britânica. Ponto positivo! Ele chegou acompanhado do Moisés, jornalista da região que estava fazendo umas fotos para colocar no site do jornal. Logo depois chegaram mais dois mergulhadores que iriam conosco.

Partimos para o ponto, que fica logo em frente a praia da cidade. O Paulo nos falou sobre o ponto, nos equipamos na água, posamos para fotos e lá fomos nós. Enfim estava mergulhando no rio Tietê e em um local que talvez só exista ali, em Itapura. Sensacional!



O mergulho durou cerca de 45 minutos, mas foi suficiente para visualizarmos algumas estruturas da usina. Fizemos o mergulho praticamente todo do lado de fora, com apenas algumas incursões que nos permitiam acessar a superfície facilmente. Passamos por uma estrutura de janelas imensa que dava pra ver a luz do sol, subimos escadas, passamos por algumas lajes... Incrível!

Infelizmente não tenho fotos sub deste mergulho, apenas estas de superfície. Mas basta fechar os olhos e lembrar do mergulho que o "filme" passa na mente. :)

O log deste mergulho foi:

Local: Usina submersa - Itapura (SP)
Profundidade: 10m
Tempo de fundo: 45minutos
Visibilidade: 6m
Temperatura da água: 26°C
Temperatura ambiente: ~36°C

Este com certeza entrou na lista dos melhores mergulhos que já fiz! E como já senti o gostinho, pretendo voltar pra lá mais vezes para conhecer o restante dos pontos.

Agradecimentos especiais:
Paulo Longo - Instrutor de mergulho
Moisés Eustáquio Oliveira - Fotos

Para mais informações sobre os mergulhos na região, entre em contato pelo e-mail info.hidrofilia@gmail.com.